sábado, 26 de fevereiro de 2011

Estágios de Vida

Muito se tem falado nos últimos dias dos estágios profissionais e do desemprego entre os jovens essencialmente na classe licenciada, mas pretendo dar outra abordagem a este pequeno texto.

Não deveríamos proporcionar estágios de vida a estes mesmos jovens?
Sim, eu sei que parece uma questão idiota, mas existe muito por detrás desta simples interrogação.
Na realidade parece-me que apesar de todas as dificuldades em que a sociedade dos nossos dias vive que parecem estar a afectar de forma mais focalizada os jovens licenciados. E reforço a palavra licenciados pois é esta também que me parece fulcral para caracterizar toda uma geração sem objectivos reais e definidos de vida.

Ultimamente chamam a esta geração de "Geração à rasca", mas eu ainda me lembro de ouvir falar da "Geração rasca". Duas gerações separadas entre si por poucos anos, mas completamente distintas em termos de objectivos, oportunidades e vontade.

Quase que me apetecia dizer que as gerações estão adjectivadas de forma diferente. Passo a explicar...

A original "Geração Rasca" andava na realidade muito à rasca. Uma geração em que era difícil estudar, bastante complicado ir trabalhar para fora de casa que devido aos meios de transporte disponíveis na altura que obrigavam a ficar muito tempo (meses) fora de casa e que os paizinhos não tinham capacidade para suportar os meninos ad eternun. Mas mesmo assim e apesar de todas as dificuldades estes meninos lutaram sempre, nunca desistiram e superaram as dificuldades.

Já a "Geração à rasca" me parece cada vez mais uma geração rasca. Os meninos de hoje que os paizinhos os deixam ficar em casa até à idade que querem, que apesar de tudo ser mais perto, que com a Internet estão em todo o lado ao mesmo tempo e uma geração onde todos ou quase todos tiveram possibilidade de ter um curso superior.

Ora aí está o problema desta geração "quase todos tiveram a possibilidade", quase todos viram a sua vida facilitada e deixaram de aprender a lutar e de aprender a sofrer porque as possibilidades estão aí, mas têm de ser procuradas e tem de se lutar por elas.

Já não é tempo de ficar à espera sentado que as coisas nos caiam no colo. É preciso ir à luta.

Mas nem tudo é mau e por isso fica também a minha homenagem a todos os jovens que lutam realmente para ter sucesso. É uma luta dura, mas é possível. temos é de querer lutar. Estágios de vida seriam importantes para os jovens aprenderem o que custa a vida e o que custa lutar por ela.

Nuno Miguel Pedrosa

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Despe & Siga - Bué de Baldas



 Eu ainda sou do tempo  :p

Onde é que se perdeu este espírito na sociedade Tuga?
Meninos e meninas
Faxavor de recuperar este espirito porque assim é que vale a pena

Fica a letra


Escola boa, escola má
Quem está livre, livre está
Passará, não passará
E quem não passa fica cá
Ficam cá os radicais
Violentos, marginais
Que se baldam às propinas
E às provas globais
E é uma fezada
A escola está fechada
Hoje há manifestação
Aulas não! Aulas não!
E é p'ra palhaçada
A malta está animada
Pode vir a intervenção
Que nós estamos cá para...
Copiar o TPC
Estudar livros de BD
Decorar o pavilhão
P'ra festa da associação
No pátio da C+S
Estudar nunca apetece
E no bar da faculdade
Vai-se o resto da vontade
E é uma fezada
A escola está fechada
Hoje há manifestação
Aulas não! Aulas não!
E é p'ra palhaçada
A malta está animada
Pode vir a intervenção
Que entramos noutra dimensão
Bué da baldas
Bué da baldas
(Nós somos)Bué da baldas
Bué da baldas
Bué da baldas
Bué da baldas
Muita falta, muito estrilho
Muito chumbo, que sarilho
Já mandaram os postais
Para a reunião de pais
Bué da baldas, muita nega
Bué da mega, driver sega
Entrei noutra dimensão
Bué da faltas, aulas não
E é uma fezada
A escola está fechada
Hoje há manifestação
Aulas não! Aulas não!
E é p'ra palhaçada
A malta está animada
Pode vir a intervenção
Aulas é que não!
E é uma fezada
A escola está fechada
Hoje há manifestação
Aulas não! Aulas não!

E é p'ra palhaçada
A malta está animada
Pode vir a intervenção
E entramos noutra dimensão




Nuno Miguel Pedrosa

:):)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Alivio

Que sentimento estranho senti hoje.

Senti-me aliviado ao sentir que tinha cumprido a ultima etapa desta fase do mestrado.
Senti-me aliviado porque senti que contra tudo e contra muitos consegui.
Consegui terminar a fase curricular quase a 100% e sem dar em maluco.
Mas para maluco pouco faltou.
Foi um trabalho duro mas no fim vale a pena.
Mas e agora?
Agora sinto medo.
Medo de voltar à minha vida vazia sem objectivos, sem nada nem ninguém para a partilhar.
Agora que me sinto aliviado também sinto falta de algo.
Sinto falta de muita coisa
Neste momento sinto-me sozinho, mas não quero
Existe muita coisa que eu não quero e não quero de certeza voltar ao vazio de antigamente
Para isso o mestrado não serviu de nada a não ser maquilhar o que já antes sabia que existia
Estou sozinho
Inscrevi-me no mestrado também para me sentir menos sozinho e consegui
Consegui mascarar esse sentimento por um ano, mas hoje e ainda agora acabou sinto que esse sentimento pode voltar e não quero
O alivio tornou-se medo em poucas horas
Dizem que nos últimos meses fiquei mais mal disposto e eu não quero isso
Quero voltar ao que era, mas também quero poder partilhar isso
Quero voltar a sorrir
Quero voltar a descontrair
Quero muita coisa
Quero e não sei como
mas Quero conseguir

E tenho de conseguir
Ou ainda dou em maluco fora de tempo

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Não foram Cravos, foram Rosas

À alguns dias alguém questionava onde estavam os Cravos na luta pela Libertação levada a cabo pelo Povo Egípcio.

Ora os Cravos não apareceram e os espinhos foram aparecendo. Pelo menos 300 espinhos terão ficado encravados em mais este capítulo da história desse fascinante país que é o Egipto. 300 pessoas que deram a sua vida para que fosse possível a libertação de todo um povo.

Tal como os 300 de Esparta que foram para a frente de Batalha travar aquela que ficou conhecida como a Batalha das Termópilas, também estes deram a sua vida para que a libertação de todo um povo fosse possível. Mas desta vez o herói foi mais improvável, o lugar do rei Leónidas foi tomado por um comum cidadão de que não vale a pena identificar seu nome. Pois este individuo poderia ter muitos nomes ser muitas pessoas já uma luta destas apenas pôde ter sucesso com o empenho, coragem, sofrimento e medo de muitos milhares de Homens Comuns, mas que revelaram um coração enorme pela conquista daquilo que muitos têm, mas poucos valorizam: a LIBERDADE.

Infelizmente para conquistar esta liberdade não foi possível voltar a repetir o 25 de Abril de 1974, não foi possível existirem cravos nos canos das armas e por sua vez os canhões ficaram marcados por 300 espinhos que vão para sempre ser lembrados com amargura, mas que serão ao mesmo tempo sinal de uma conquista histórica e já que não será possível de comemorar a conquista com cravos, que seja com rosas. Rosas com espinhos para não se esquecerem os mártires que sucumbiram para levar esta batalha de vencida.

E talvez quem sabe um dia a Flor de Lótus possa voltar a ser o símbolo do Egipto e voltar a substituir a rosa...

O Lótus fecha-se ao anoitecer e submerge na água para ao amanhecer emergir e florescer novamente, como que prestando homenagem ao sol nascente. Esta flor converteu-se no símbolo do Sol, da criação e do Renascimento.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Deolinda - Parva que Sou

Esta nem vou comentar. Apenas colocar a lírica da canção e quem ler e ouvir que tome as suas conclusões.





Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Abraços de quem não se rende

Mosteiro de Seiça - Atentado à nossa História

Mosteiro de Santa Maria de Seiça em Seiça, Paião, Figueira da Foz. GPS: N 40º 2.728′ W 8º 46.915′
Monumento classificado com Categoria de Protecção IIP (Imóvel de Interesse Público), Dec. n.º 5/2002, DR 42 de 19 Fevereiro 2002.


É assim que aparece descrito um dos monumentos mais desprezados de Portugal. E é apenas assim pois a história deste imponente mosteiro datado do tempo em que Portugal ainda não era Portugal e construído para homenagear a conquista de Montemor-o-Velho aos Mouros começa a perecer da idade e essencialmente do abandono a que foi sujeito nas ultimas décadas.
Que mais poderemos fazer do que divulgar o estado em que se encontra?
Quando as entidades oficiais nada querem fazer!
Quando a Câmara municipal preferiu esquecer a localização do mosteiro.
Quando o IPAR atribuiu a classificação de Imóvel de Interesse Público e saiu de cena?
Quando nada nem ninguém se parece querer interessar pela História e pelos momentos que ajudaram a que este país fosse o que é hoje.

Todos esquecem, mas o Mosteiro de Seiça continua bem vivo nos corações de quem cresceu a olhar para o Mosteiro.
De quem se divertiu a brincar na sua sombra.
De quem nunca se esquece que dia 15 de Agosto é dia de homenagem a este sitio já apelidado de "O Vale Encantado"
Se alguém souber como ajudar a recuperar esta jóia de Portugal que diga presente porque esta luta não pode parar.
No facebook os amantes deste local reúnem-se em Seiça O Vale Encantado

No entanto e infelizmente este não é caso único e existem muitos casos espalhados por esse país fora antes que se percam espólios riquíssimos e partes da nossa história.
Não queria no entanto terminar este texto  sem dar um outro exemplo em dobro. Em dobro porque se tratam de duas termas que distam escassos 5 klm do mosteiro. A Primeira (Termas da Amieira) já centenária cuja licença de utilização data já de 1835 e que está num estado ruinoso agravado por um incêndio em 2005 em que depois dele nada foi feito por nenhuma entidade responsável sendo que a limpeza do espaço envolvente foi realizada por escuteiros e população.
A segunda, que dista uns escassos 500m, foi adquirida à alguns anos por um casal Holandês, foi recuperada à mão pelos mesmos e agora tem visitas e ocupação dos seus quartos durante todo o ano.

Só mostra que é possível recuperar a nossa história quando exista vontade.
É urgente divulgar casos semelhantes para alertar consciências.

Nuno Miguel Pedrosa

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Vitinho

Disseram-me que hoje faz 25 anos que o Vitinho foi a primeira vez para o ar.
Quem me dera voltar 25 anos atrás.
Quem me dera poder!!!



Serão saudades?
Ou vontade de esquecer muita coisa?

Nuno