terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Reunião do Conselho nacional do PS

Hoje pagava para ser uma mosca e poder assistir à reunião do conselho nacional do PS!!
Sinceramente não percebo o porquê dos órgãos de comunicação Social fazerem um tão grande alarido em redor desta reunião e de possíveis eleições. Eu que geralmente sou distraído já sabia que este ano iriam haver eleições internas no partido porque assim está definido nos estatutos do partido. O mandato é para dois anos e os dois anos esgotam-se em Setembro deste ano portanto é natural que comecem a existir reuniões de preparação.

Se eu pudesse votar, optaria por realizar eleições internas após as autárquicas. O Partido necessita de estabilidade para obter bons resultados nas eleições e poder dar réplica ao governo que temos... Além do mais estamos a meio de um processo de preparação das próximas autárquicas que não necessita de ser destabilizado.

Mas isto é apenas uma opinião

Quanto aos dois senhores da foto?
Têm ambos bastantes qualidades e que poderão ser muito úteis.


Nuno Miguel Pedrosa

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Uma viagem atribulada pelos Centros de saude da Figueira da Foz

Compreendo e aceito que até há uns anos existiam, em certas zonas do país, demasiadas extensões de saúde e os serviços tinham de ser reorganizados de forma a permitir que o SNS se tornasse mais eficiente.

Mas por uma reorganização não se deve entender corte arbitrário e injustificado de valências ou não previsão de alternativas.

Na zona Sul do concelho da Figueira da Foz existiam até há alguns anos 6 centros de saúde e extensões (1 por cada freguesia). Recentemente foram eliminadas duas extensões. Mesmo sendo uma das extensões a da minha freguesia apoiei porque iria promover uma maior eficiência do sistema. Sobraram quatro que me parecem suficientes e em teoria reuniam todas as valências.

No passado fim de semana fui obrigado a recorrer ao SNS, mas por achar que não se tratava de um caso de urgência maior tentei ir a um desses centros de saúde, mas todos se encontravam fechados. Conformado-me com a situação fui ao Centro de saúde central do concelho que tem serviço de consultas alargadas permanente. Apesar de se encontrar a uma maior distância (Norte do concelho - Buarcos) pareceu-me a decisão mais racional.

Ao lá chegar informam-me que não me podiam atender pois sou utente do sul do concelho e que me teria de dirigir a uma das valências do Sul. Ao perguntar/confirmar qual é que estava aberta responderam-me que nenhuma, mas que no entanto seria o local recomendado para ser atendido.

No entanto, apesar de não urgente, mas recomendável ser visto por um médico no mais curto espaço de tempo lá tive de me resignar e deslocar-me aquela que à partida deveria ser a minha ultima opção. Lá fui ao hospital e ao serviço de urgências.

Será que o centro de Saúde de Buarcos ao ser o único aberto no concelho não deveria estar aberto a toda a população?
Haverá justiça e igualdade num sistema que apesar de ter as condições necessárias apenas atende alguns dos seus utentes e nega assistência a outros?
Não seria, o serviço de urgência do hospital, ainda mais eficiente no atendimento aos casos que são realmente urgências?
Alguém me sabe explicar a lógica deste sistema?

Nuno Miguel Pedrosa

Excelência no hospital da Figueira da Foz


Todos gostamos de dizer mal quando as coisas correm mal, mas todos temos o dever de dizer bem quando as coisas correm bem!

Ontem lá fiz mais uma visita ao hospital da Figueira da Foz por causa de uma infecção nos meus pés. A verdade é que ia algo receoso uma vez que apesar de ser visivel, a infecção não era demasido pronunciada e já antevia uma espera de horas no banco de urgência.

A realidade superou tudas as melhores espectativas que eu poderia ter.
Em apenas UMA HORA!!!
Sim, UMA HORA, fiz o registo, passei pela triagem, fui atendido pela especialidade de cirurgia, levei dois medicamentos por via intra-venosa, fiz raioX, e o diagnóstico foi confirmado pelos especialistas de ortopedia.

E tudo isto em apenas uma hora.
É por estas e por outras que ando já há alguns anos a defender e a bemdizer o hospital da Figueira.

Obrigado à equipa

Nuno Miguel Pedrosa

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

18 de Janeiro de 1934 - Marinha Grande

Há muito que é conhecido o fervor sindicalista da Marinha Grande e as imensas lutas que os vidreiros levaram a cabo nos anos 80, especialmente, mas nunca soube eu qual a origem deste fervor e espirito de luta.

Até que no Domingo ao almoço o meu pai, vidreiro de profissão e de coração, me falou do feriado do 18 de janeiro.
Desconhecendo eu este pseudo-feriado fui pesquisar e dei de caras com aquela que foi provavelmente uma das primeiras lutas contra o Estado novo.

Fica um extrato de um texto encontrado e um vídeo representativo do acontecimento.

"Para se entender o que aconteceu no dia 18 de Janeiro de 1934, é preciso ir um pouco atrás. Com efeito, a nova Constituição plebiscitada em 1933, dava margem ao Estado Novo para retirar todas as liberdades cívicas aos cidadãos, apoiando-se num texto que, oficialmente, a maioria do eleitorado aprovara. No dia 23 de Setembro desse ano foi publicada a legislação sobre a organização corporativa do trabalho. No que ao universo laboral se referia, a liberdade sindical era extinta, pois só seriam legais os sindicatos nacionais, enquadrados na estrutura corporativa.


Foi criada uma «Frente Única» para fazer face a esta nova ofensiva do estado corporativo no sentido de consolidar a ditadura. As organizações dos trabalhadores, sobretudo a Confederação Geral do Trabalho, dominada pelos anarquistas, defendeu a realização de uma greve geral insurreccional. O PCP preconizou uma estratégia diferente – das assembleias gerais dos sindicatos marcadas para votar os estatutos, deveriam sair moções repudiando a nova legislação, criando-se uma grande movimentação de massas que poderia resultar na tal greve geral projectada pelos anarquistas.
A proposta da CGT prevaleceu e os próprios militantes do PCP envolvidos na organização aderiram à ideia mais radical. Na noite de 17 explodiram algumas bombas: duas em Lisboa e uma em Coimbra. Contudo, no dia 18 de Janeiro, a adesão à greve geral foi decepcionante. Paragens de laboração apenas em fábricas de Almada, do Barreiro e do Algarve.
Na Marinha Grande, as coisas passaram-se de modo diferente. Tudo começou de acordo com os planos traçados – nas fábricas a laboração foi suspensa, cortou-se comunicações e houve manifestações de rua. Depois, a situação alterou-se quando os responsáveis locais, entusiasmados com a adesão maciça da população, resolveram criar um soviete.
Foi eleito um soviete que assumiu o controlo da vila, tomando o posto da GNR e a estação dos Correios. Beneficiando do factor surpresa, tudo foi feito sem derramamento de sangue, decidido passo a passo. À medida que as questões surgiam, iam sendo resolvidas. O comandante do posto da GNR e a sua família foi «aprisionado» numa pensão local. Os guardas ficaram sob custódia de um administrador de uma fábrica. O chefe da estação dos CTT, ao serdetido, pediu para ver a família. Conduzido à residência, aproveitou a conduta benévola dos revoltosos para, telefonicamente, denunciar o golpe às autoridades.
Durante algumas horas, a vila esteve ocupada pelos revolucionários, até que as forças militares que iam chegando os foram cercando, jugulando de forma violenta a revolta. Mais uma vez, o regime capitalizou esta acção, com ela justificando a criação do Campo de Concentração do Tarrafal.
A vila foi cercada por forças militares e, na madrugada de 19, as posições ocupadas pelos trabalhadores foram tomadas e a rebelião jugulada. Seguiu-se o que era de esperar de um regime como o que Salazar instituíra – prisões em massa, interrogatórios acompanhados de tortura, simulacros de julgamentos, deportações para as colónias.
O campo de concentração do Tarrafal foi criado para acolher presos do 18 de Janeiro. Na primeira leva de 152 presos que o foram estrear, 37 tinham participado no 18 de Janeiro. António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, condenado a 20 anos de degredo, ali morreu em 1948. O ferroviário, militante do PCP, Manuel Vieira Tomé foi brutalmente torturado, vindo a morrer no cárcere em Abril do mesmo ano. Houve centenas de prisões e de deportações."
Nuno Miguel Pedrosa